quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O PRAZER DA LEITURA


Sou filha de uma empregada doméstica que sempre sonhou em ser professora, mas as circunstâncias da vida não permitiram. Ela até teve a chance, porém precisava ajudar em casa, não lhes deixaram seguir o seu caminho, mesmo recebendo uma bolsa, tudo pago pela patroa da vovó.
O que ela sabia me ensinava, com sete anos já sabia as primeiras letras e com sua ajuda sempre fui a primeira da classe. Primeiro ano, nota final, 100. Todos ficaram muito contentes, eu, mais ainda: já sabia ler e poderia me esconder do mundo nas leituras que iria fazer.
Tinha poucos amigos, apesar de não ser tolhida por meus pais, pois até queriam que eu deixasse o meu casulo e me divertisse mais, mas meus melhores amigos eram os livros. Comecei no mundo da leitura através das revistas de fotonovelas, que minha mãe adorava. Depois, conheci a bilbioteca da escola e nunca mais parei.
 “Esta menina vai ficar louca!”, era o que falavam, pois a todo o momento encontravam-me num canto, sentada, absorta, vagando pelo mundo imaginário, pelos caminhos das letras, pelos cenários maravilhosos descritos nas páginas de um livro.   Viajei para diversos países, conheci diversas pessoas. O mundo da ficção me proporcionou este tesouro que até o momento a realidade não permitiu.
Mesmo com todos os revezes da vida não deixei de ler. Tornei-me professora. De Língua Portuguesa. Adoro a Literatura Brasileira, os poemas, os contos, as crônicas, as várias facetas do cotidiano, as aventuras e desventuras da vida presentes nas linhas, entrelinhas...
 É isso que a leitura me proporciona, o prazer de conhecer e de viver, mesmo no desconhecido.

ANA MARIA CESÁRIO MORAES

domingo, 21 de outubro de 2012

Simão Pedro Marinho (PUC/MG): blog é espaço para professores e alunos gerarem conteúdos, compartilhando saberes

Para Simão Pedro Marinho, professor não deve temer ousar, experimentar,
Para Simão Pedro Marinho, professor não deve temer ousar, experimentar,
Autor:Arquivo pessoal

Líder do grupo de pesquisa Tecnologias Digitais em Educação, do Diretório de Grupos do CNPq e assessor pedagógico do Grupo de Trabalho de Assessoramento ao Projeto Um Computador por Aluno (UCA), da Presidência da República e do MEC, Simão Pedro Marinho é professor titular da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG).
Doutor em educação, graduado em ciências (história natural) e mestre em morfologia, é responsável pela disciplina Informática no Ensino de Ciências e Biologia, do curso de graduação em Ciências Biológicas. Também exerce a coordenação do Programa de Pós-graduação em Educação (mandato 2011-2014).
Em entrevista ao Jornal do Professor, Simão Pedro Marinho conta um pouco de sua experiência com o uso de blogs na educação. Em sua opinião, os blogs são um espaço para professores e alunos gerarem conteúdos, compartilhando saberes. Para ele, uma forma mais rica para a utilização do blog se dá quando ele é um espaço para o exercício da "inteligência coletiva", permitindo uma combinação entre o melhor da reflexão individual com a interação social.
Segundo ele, é essencial que os professores estimulem os alunos à autoria, compartilhando ideias, reflexões sobre a sua realidade, sobre o cotidiano na escola, na família, no seu entorno.
Jornal do Professor – Como o senhor avalia a utilização de blogs na educação?
Simão Pedro Marinho – Eu utilizo com meus alunos no Programa de Pós-graduação em Educação da PUC Minas. Em todas as disciplinas sob minha responsabilidade lançamos mão do blog, esperando que cada aluno contribua, não só com novas postagens, mas ainda com comentários nos posts dos colegas.
Embora eu de maneira geral permita que os alunos continuem como colaboradores nos blogs após o encerramento da disciplina, o que constato é que eles não postam nem comentam mais ali. Fica claro que entendem a colaboração como uma tarefa à qual estão obrigados - como de fato, estão - e, ex-alunos, não se sentem mais obrigados a colaborar.
No ano passado fiz, ainda com alunos de pós-graduação, uma experiência de uso, em sala de aula, do Twitter, que é um microblog. Criei o Twitter da disciplina, que foi fechado a outros interessados por razões óbvias. Permiti apenas aos meus alunos serem seguidores. Com o Twitter da disciplina me tornei seguidor do Twitter de cada um dos alunos. Aliás, quem não tinha Twitter, teve que criar. E foi para eles uma descoberta.
Os alunos "tuitavam" durante as aulas, no debate de questões que ali travávamos. Enquanto isso, um projetor ia exibindo, na parede da sala de aula, o que era publicado no Twitter de todos.
Uma exigência eu fiz: que usassem a forma culta da linguagem, não era permitido o uso do chamado "internetês". Ou seja, tinham que exprimir opiniões completas, concretas, articuladas, no limite dos 140 caracteres, sem abreviaturas.
Foi um desafio? Claro. Mas os estudantes responderam bem. Diria que foi uma experiência com resultados interessantes.
Com o mesmo grupo de mestrandos fiz uma nova experiência do que chamei Twittexto. Iniciei o texto com uma "tuitada". Cada estudante deveria, usando o Twitter, agregar texto ao texto, dando sequência lógica, elaborando um texto coerente. De novo, não se aceitava o "internetês".
Nessa tarefa o envolvimento foi de poucos, não de todos, como na outra atividade. Diria que ficamos muito longe do que eu pretendia. Não diria que foi um fracasso total, porque alguns estudantes participaram, claro que alguns mais do que outros.
Chegará o momento de analisar o que ocorreu, o que não ocorreu e porque e, quem sabe, experimentar de nova esse exercício de escrita colaborativa.
JP – Como está a situação no Brasil e no mundo?
SPM – Há algumas iniciativas de escolas e de professores isoladamente. Alguns estudantes também criam seus blogs. Mas de maneira geral são espaço para notícias, com pouca ou nenhuma colaboração.
Outra questão séria é a relativa descontinuidade de alguns blogs. Os intervalos entre as postagens são muito grandes às vezes. Certamente porque as pessoas têm outras tarefas às quais se dedicar que são prioritárias sobre o blog. Eu mesmo tenho blog cuja atualização não acontece no ritmo que eu desejaria. A vontade de postar é grande, mas as outras tarefas são maiores e não deixam muito tempo.
Contudo, o fato de escolas, professores e estudantes acharem importante criar e manter seu blogs mostra um avanço no uso das interfaces da Web 2.0, o que pode ser entendido como um reconhecimento da importância delas.
Blogs no exterior, notadamente nos EUA, são mais comuns, na escola e fora dela. E muitos de seus autores buscam na verdade ganhar algum dinheiro com eles.
JP – Quais os benefícios que a criação e manutenção de um blog pode trazer ao trabalho de um professor?
SPM – Depende do que se pretende com o blog. Podemos querer muito, querer pouco, apenas querer dar a ideia de que somos modernos e adotamos coisas como o blog.
Se ele é um espaço de comunicação entre o professor e seus alunos - são vários os professores que utilizam blogs para informar os alunos sobre coisas de suas disciplinas, para colocar material à disposição de seus alunos - o benefício existe, mas é restrito. O que, contudo, não tira sua importância.
Se um professor decide criar e manter um blog para levar a outros suas reflexões, para de alguma forma estar levando aos colegas reflexões sobre suas próprias práticas, compartilhando informações que supõe serem úteis, evidentemente que se ampliam os potenciais benefícios. Ganham todos, autor e leitores.
JP – De que maneiras os professores podem utilizar essa ferramenta na sala de aula?
SPM – São muitas. Pode ser a vitrine da disciplina. É bom, mas ainda é pouco.
Uma forma de utilização mais rica se caracterizaria quando o blog fosse espaço para o exercício da chamada "inteligência coletiva", exigindo o pensamento crítico e analítico, estimulando o pensamento criativo, intuitivo, aumentando as possibilidades de acesso à informação de qualidade e, no que é importante, permitindo que se combine o melhor da reflexão individual com a interação social. É espaço para professores e alunos gerarem conteúdos, não apenas os reprisando, como é o usual na escola, compartilhando saberes.
E temos que levar em conta que essa partilha não precisa se restringir a textos. Saberes podem ser demonstrados, através de imagens - estáticas ou em movimento - , de esquemas, gravações de áudio. E os blogs, hoje, permitem que todas essas mídias estejam ali, para o mundo ver.
JP – Os blogs podem ser utilizados em todas as disciplinas? E com alunos de todas as séries escolares?
SPM – Entendo que sim. Não vejo, em princípio, qualquer limitação. Mas é a efetiva prática que dará a resposta para essa questão, prática essa que depende dos contextos que marcam cada realidade escolar.
JP – O senhor acredita que os professores devem estimular os alunos a criarem seus próprios blogs?
SPM – Podem, sim. Mas me parece essencial que os professores os estimulem à autoria, que façam com que compartilhem ideias, reflexões sobre a sua realidade, sobre o cotidiano na escola, na família, no seu entorno.
Embora os blogs tivessem, na sua origem, muito vinculados à ideia de um diário, agora não mais escondido, reservado, mas deixado livre para quem quisesse ler, entendo que esse é exatamente o uso que a escola não precisa ou não deveria estimular.
Os professores podem pensar também em usar o Twitter, que nada mais é do que um microblog. Mas tudo isso tem que vir na perspectiva de um projeto de incorporação curricular de tecnologias digitais de informação e comunicação. Tem sentido se o professor e a escola começam a pensar na perspectiva do “currículo digital”, currículo do novo tempo, que não substituirá o ”currículo do lápis e do papel” mas poderá estar na escola agregando valores na formação dos seus alunos, formando-os não para o mundo, mas no mundo que é, cada vez mais, fortemente marcado pelas tecnologias. São novas artes, se nos lembrarmos da etimologia da palavra “tecnologia”.
JP – Nesse caso, como deve ser feita a correção dos textos a serem postados?
SPM – No caso dos blogs de maneira geral, mas não seria o caso do Twitter, existe sempre a possibilidade de revisão dos posts. Portanto, se o professor concordar com que os alunos postem diretamente, poderia ser um exercício em sala de aula ver o blog - na escola com internet, o professor projetaria o blog - e os alunos, a partir da leitura dos seus posts e dos colegas, poderiam identificar os erros e ali mesmo, o próprio professor talvez, em diálogo com os alunos faria a correção. Ou ela seria uma tarefa para casa, cada um fazendo as correções em suas postagens.
Por outro lado, os blogs permitem que os posts sejam deixados inicialmente na forma de rascunho. Seria então o momento de, com os professores e colegas, fazer a revisão do texto - e não só pelos aspectos ortográficos e gramaticais, antes que os posts de fato se tornem públicos.
JP – Os professores brasileiros de ensino básico estão capacitados para utilizarem blogs na sala de aula?
SPM – Lamentavelmente a maioria dos nossos professores da Educação Básica não teve formação que lhe permita avançar no uso das tecnologias digitais na sala de aula.
Outro dificultador está no fato de que vários professores não têm intimidade com as interfaces da Web 2.0, como os blogs. Temos que convir que para muito professor o computador é uma máquina de escrever moderna, que funciona como telégrafo sem fio e, eventualmente, com o novo retroprojetor. Sem levar em conta que vários professores estão firmemente decididos a não incorporarem as tecnologias digitais em sala de aula. E não é por medo da tecnologia. Se a temessem, não usariam computador, celular, caixa eletrônico em banco, micro-ondas, quem sabe. Portanto, não podemos aceitar o temor como desculpa para a inércia. O problema é que essa incorporação significa, para vários professores, um trabalho a mais, pelo qual, alegam, não serão remunerados. E assim, não estão dispostos a qualquer investimento. Como não estão dispostos a sair da sua zona de conforto.
Incorporar tecnologias digitais na educação implica em uma espécie de reinvenção da aula, do professor. Este, acostumado a "ensinar", agora é desafiado a pensar em atividades de aprendizagem. O professor, aquele que fala sempre na sala de aula, agora é forçado a reconhecer que não é mais a "estrela única" no palco. Isso é difícil para muitos.
O que me preocupa nessa questão é que embora as tecnologias digitais estejam presentes na vida cotidiana de uma parcela significativa dos estudantes da Educação Básica, a escola fecha os olhos para elas. E ao fazê-lo, cria um mundo à parte do mundo. Assim crianças e jovens passam uma parte do seu dia em um “mundo” que se permite como que afirmar que essas tecnologias, que mudaram o mundo, não são necessárias na escola. Depois da aula, os estudantes voltam para o mundo que ´é também da tecnologia. E ali se sentem muito mais satisfeitos. A escola perde uma chance enorme ao não trazer essas tecnologias para o seu interior e, sem querer, cria um rival, o “mundo lá de fora” que é muito mais sedutor e onde as crianças e jovens também aprendem, não é só diversão.
Tudo isso preocupa porque a educação é do aprendiz, não dos professores. E quando professores, alegando que não gostam de computadores e “dessas coisas” se negam a incorporar as tecnologias na formação dos seus alunos, não só ajudam a manter um fosso digital, mas mantêm um “fosso temporal”, obrigando seus alunos, alguns nascidos no século 21, a retrocederem e viverem, ainda que por algumas horas, a escola do século 19.
JP – Em sua opinião os blogs contribuem para estimular a aprendizagem dos estudantes?
SPM – Blogs bem estruturados, nos quais os alunos pudessem ir além da forma mais simples de utilização desse recurso, fazendo o que Will Richardson chama de escrita conectiva (connective writing). Essa forma de escrita exige, ao seu autor, leituras cuidadosas e críticas, clareza e coerência na construção do texto que está ligado/conectado às fontes das ideias expressadas. É fácil fazer isso? Seguramente que não. Mas se os estudantes forem estimulados, no início, a postar links acompanhados de uma análise que traz o significado do conteúdo que foi “linkado", poderão avançar.
Além do mais, no blog os alunos expressam aprendizagem para uma audiência autêntica. Porque o usual, na escola de hoje e de há muito tempo, é que o aluno escreva apenas e tão somente para seu professor, no cumprimento de tarefas de escola. Escreve-se para o professor, claro que esperando que ele leia. No blog, escreve-se para o mundo.
Evidentemente que expor-se, para além dos muros da escola, exigirá mais atenção, mais cuidado. Os estudantes terão que organizar melhor as ideias, cuidar de uma redação adequada. Mas com posts curtos, esse desafio não fica tão assustador.
JP – O senhor mantém um blog? Quando e por que foi criado?
SPM – Tenho vários blogs, além daqueles das minhas disciplinas.
Comecei criando blogs para buscar verificar potenciais na sua utilização na sua escola. Aliás, esse é o meu perfil. Assim que fico sabendo de novidades em termos de tecnologia trato de aprender, geralmente sozinho, o mínimo suficiente para utilizá-las em uma perspectiva educacional, de aprendizagem. Foi assim com blog, wiki, compartilhamento de mídias, até o Second Life. E trato logo de criar uma possibilidade de usá-las com meus alunos, minhas “queridas cobaias”. Arrisco-me. Penso que professor não deve temer ousar, experimentar. Se a coisa der certo, ele fez uma descoberta útil. Se não, tratemos de ver onde erramos, aprendamos como o erro. Algumas das experiências ficaram no passado, como é o caso do Second Life. Não tive competência suficiente para integrá-lo em atividades de aprendizagem dos meus alunos. Outras experiências ficaram porque o resultado foi bom. O blog é uma delas.
Tenho o blog do meu grupo de pesquisa. Criei o blog do Projeto UCA em Minas, sob a nossa responsabilidade, para que ele fosse uma espécie de prestação pública do que fazemos nesse projeto que é público.
Criei blog para expor, à crítica de quem se interesse, as minhas ideias sobre educação e tecnologia. Exponho-me para, na crítica consistente que evidentemente sempre espero, poder refletir novamente. Assim, (re) aprendo com os outros, muitas vezes anônimos que se tornam como “amigos virtuais”, me ajudando a de alguma forma ser melhor.
Criei um blog para mostrar meu lado de “cartunista canhestro, onde brinco com imagens. Lamento não ter tanta criatividade e todo o tempo que esse blog exige.
O blog ao qual mais me dedico é aquele no qual busco levar a professores informações, novidades quanto ao uso da tecnologias digitais de informação e comunicação na perspectiva de sua utilização na escola. Mas às vezes me sinto com aquele sujeito que sai espalhando filhos pelo mundo e depois não tem tempo de dar a cada um a atenção que merece. Confesso que queria, de verdade, ter mais tempo para meus blogs.
JP – Quais as principais ferramentas disponíveis para a criação de blogs? São gratuitas? Como os professores podem ter acesso a elas?
SPM – São muitas, de maneira geral gratuitas. Aliás, para uso pela escola, pelos professores e alunos, blogs pagos, ainda que possam ter mais recursos, não serão atrativos. Cito, abaixo, alguns poucos exemplos, todos gratuitos. Alguns têm menus e ajuda apenas em inglês, o que pode dificultar o uso por parte de alguns professores e alunos.
Blogger - http://www.blogger.com/home
Wordpress - http://wordpress.com/
Blog do Terra - http://blog.terra.com.br/
Bloglines - http://www.bloglines.com/
A minha primeira experiência com a leitura começou quando tinha apenas quatro anos de idade, mais precisamente com a minha babá, Alice, que tinha o costume de ler várias histórias para mim, sempre interpretando as personagens e me fazendo viajar no mundo dos livros. Recordo do meu olhar de alegria ao ver os personagens, minhas mãozinhas sempre procuravam tocar aquele mundo mágico, sempre queria sentir o cheiro do livro com isso ganhei um apelido (cheirinho). Com o passar do tempo eu comecei a interagir mais com as histórias, inclusive modificando os finais, (quantas vezes eu salvei o lobo mal) minha baba sempre falava que imaginação heim... Dessa forma, fui me apaixonando pelos livros, fato esse que inclusive influiu na minha própria formação em História. Utilizo essas lembranças, para ressaltar a importância que pessoas como Alice tem na inserção de crianças no mundo da leitura. Pois, o conhecimento é capaz de libertar as pessoas, assim, os livros são a “porta de entrada” para que a transformação da sociedade ocorra.
AUTORA MARIA IEUDES DE M. LYRA

Experiência com a leitura
A minha experiência com a leitura não foi muito boa, pois não tive acesso a livros de leitura quando comecei a ler. Fiquei encantada em conseguir ler, achei formidável o ser humano conseguir colocar no papel o que ele pensava, falava etc. Gosta de ler tudo que via desde um papel de bala até um cartaz na rua, propaganda. Sentia-me tão importe por saber ler.
Meus pais eram rígidos e não deixavam lermos romance, gibis e outros (tinha a maior vontade). Quando li o primeiro livro de romance já estava casada, com filhos. Isso aconteceu quando decidi voltar a estudar.
Hoje incentivo meus alunos a leram, inclusive uma mãe veio me agradecer porque eu incentivei a filha dela a gostar de ler. A formação do gosto da leitura não se dá instantaneamente com um passo de mágica. É resultado de trabalho árduo realizado pelo o professor e aluno.
Segundo Arnaldo Niskier, é importante que a criança antes mesmo de ler, trave contato com os livros, manipule-os, aprecie as ilustrações, interprete o que está vendo à sua maneira. Isso é uma forma inteligente de despertar-lhe o gosto que depois se traduzirá pelas primeiras e definitivas leituras.
É preciso que o nosso aluno aprenda a ler, considerando a utilidade da leitura. Para que lemos? Lemos para nos informar, para estudar, para resolver problemas, para nos divertir, para satisfazer curiosidade. E cada uma destas leituras é feita de maneira diferente.

Solange Abreu Vasconcelos de Melo

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

CURSO PRÁTICAS DE LEITURA 2012

O objetivo de cada curso é oferecer formação continuada aos professores da rede estadual, para que estes exercitem as diferentes capacidades e competências leitoras e de produção de textos em diferentes linguagens.

DIRLAINE BEATRIZ FRANÇA DE SOUZA (Tutor)
Jales-SP
TUTORA DA TURMA 38
PERFIL DO GRUPO DO GRUPO 1 PRÁTICAS DE LEITURA

ANA MARIA CESARIO MORAES    Franco da Rocha-SP
Sou Supervisora
Sou Supervisora de Ensino desde o ano de 2003. Também tenho  acúmulo de cargos com a Prefeitura de São Paulo, como docente de Ensino Fundamental. Gosto de estudar e me atualizar. Sempre estou à  procura de algo para fazer. Porém, não faço nada muito extenso pois tenho um "filhote" de 11 anos, que é a minha razão de viver e tenho que deixar um tempo para ele.



FABIANO GAVA DOS SANTOS (Cursista)     Piracicaba-SP

Sou professor de história na rede estadual de ensino. Atualmente leciono na Escola Manoel Dias de Almeida (Saltinho - SP). Interesso-me


JORGE JOSE XAVIER (Cursista)  São Paulo-SP

Eu sou Jorge José Xavier, nasci na cidade de Penápolis - SP. Estudei na Faculdade de Filosofia e Ciências de Penápolis. Trabalho em duas Redes de Ensino. Prefeitura do

MARIA IEUDES MENEZES LYRA (Cursista)
  Auriflama-SP
Sou coordenadora do Ensino Médio e funda mental  , na cidade de Auriflama cidade do interior de São ´PauloMinha principal qualidade é ser uma mãe, amiga carinhosa, meu pricipal tesouro meu filho Ynayan. Meu sonho está sendo realizado meufilho cursa uma faculdade estadual.Minha principal caracteristica é ser feliz amo meus amigos.
SOLANGE ABREU VASCONCELOS DE MELO (Cursista)    São Paulo-SP

Meu nome é Solange, sou professora
Meu nome é Solange, sou professora na E.E. Prof. Dario de Queiroz. Sou professora de Língua Portuguesa. Ainda acredito na instituição escola. Esta instituição precisa de muitas mudanças, principalmente acomponhar a tecnologia.
MINHA PRIMEIRA EXPERIÊNCIA

Peço a permissão, para começar esse depoimento de modo pouco usual, ou seja, pelo posfácio escrito pela escritora francesa Daniele Sallanave que, a exemplos de outros, soube expor sua opinião a respeito da importância da leitura: "Não é mais possível estar no mundo sem a ajuda dos livros".
    Assim sendo, a leitura sempre esteve presente na minha vida. Meu primeiro contato com um livro de fato foi na quarta série, onde a minha professora de língua portuguesa a Senhora Maymu Ribeiro, lembro-me dela até hoje, indicou o livro "O cachorrinho samba na fazenda". Foi a partir desse momento que despertou em mim o enderece pela leitura. No início a leitura era apenas para entreter, mas com o passar dos anos ela ganhou novas dimensões. Novos livros, novos autores, que com certeza moldaram minha forma de ser e pensar.
    A meu ver a leitura exerce diversas funções, como de alfabetizar, informar e de ajudar a criar novos conhecimentos. Quando estou lendo parece que entro em um mundo paralelo. Tento transformar em imaginação o que o autor está escrevendo. Imagino que o autor quando escreve faz o mesmo. Embora a história seja a mesma, o que a difere é a capacidade das pessoas em elaborar as personagens e as histórias a sua maneira. E com certeza dentro dessa capacidade de imaginar estão contidas suas experiências particulares. O mesmo ocorre em livros acadêmicos. Há várias interpretações sobre um mesmo assunto ou tema. Isso ocorre primeiramente devido a capacidade de imaginar, supor e duvidar, e depois com a pesquisa se transforma em argumentos aos quais pretendemos defender.
     Enfim, o intuito de citar os exemplos acima é pelo simples fato de que a leitura a meu ver sempre proporcionar as pessoas a possibilidade de imaginar, sonhar, duvidar e refletir. Além disso, ela tem o poder de despertar nas pessoas os mais diversos sentimentos, como de alegria, tristeza, indignação, etc.
Responder
FABIANO GAVA DOS SANTOS

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Minha experiência com leitura

A minha experiência de leitura não foram uma das melhores no início da minha alfabetização. Durante a minha infância não tive muito acesso aos livros impressos, muito menos revistas e jornais.
O acesso que obtive foi somente na escola que nesta época era muito pouco restrito em relação aos nossos dias de hoje.
Um dos livros que muito me chamou atenção foi quando eu estava na 5ª série que hoje corresponde ao 6º ano do Ensino Fundamental, foi a leitura do livro “Soldadinho de Chumbo”, foi a partir dele que comecei a ter acesso ao universo da leitura.
Com o passar dos tempos, outros livros também fizeram parte da minha história de vida, principalmente alguns autores entre eles cito Leonardo Boff que muito tem colaborado e construído a minha trajetória de leitura. Sempre tenho tomado conhecimento de novos livros lançados ou de texto que são publicados em seu site.
Partindo deste ponto de vista que comecei a ter a universalização da leitura e ao chegar ao Ensino Médio pude ampliar os meus conhecimentos, conseguindo ter acesso ao mundo literário, conhecendo as Épocas Literárias, os autores em suas devidas épocas e seus encadeamentos que acontece nos dias atuais com os avanços tecnológicos.
No entanto, partindo da experiência que tenho hoje de leitura, tudo graças a experiência de outras pessoas que fizeram e fazem parte do meu histórico cultural e literário.

JORGE JOSÉ XAVIER

AÇÃO DE FORMAR LEITORES CRÍTICOS

 AÇÃO DE FORMAR LEITORES CRÍTICOS

                  “Ler significa em primeiro lugar, ler criticamente, o que quer dizer perder a ingenuidade diante dos outros, percebendo que atrás de cada texto há um sujeito, com uma prática histórica, uma visão de mundo (um universo de valores), uma intenção.” (KUENZER, 2002, p. 101). A leitura é geradora de significados, em que ao ler, o leitor cria seu próprio texto com base no que foi lido, concordando ou discordando da ideia principal. Isto faz com que a leitura seja diferenciada da decodificação de sinais, reprodução mecânica de informações que por muito tempo foi considera como interpretação textual, “[...] como atividades constitutiva de sujeitos capazes de interagir no mundo e nele atuar como cidadão” (BRANDÃO E MICHELITTI APUD. CHIAPPINI, 1998, p. 22).
Dessa forma não se deve apresenta ao aluno uma leitura que se centre no sentido primeiro das palavras, mas sim uma leitura que abra lacunas, que oportunize ao leitor, criar e recriar a partir do que foi lido. Trabalhar esse tipo de leitura pressupõe a formação de um leitor crítico e reflexivo e capaz de interagir em sociedade, sensibilizados dos seus direitos e deveres preparados para intervir no seu meio.
Nesse sentido, o papel do professor não se resume a transmitir conhecimento, mas de criar situações significativas, que dêem condições ao aluno desenvolver estratégias de leitura, trazendo para a sala de aula todo o tipo de texto: literário, informativo, publicitário, dissertativo, etc., colocar essas linguagens em conflito, para conscientizar os alunos de que a linguagem é uma forma de atuar, influenciar e intervir na sociedade e no mundo.
Sem dúvida, aprender a ler para compreender e familiarizar-se com todos os gêneros textuais é uma habilidade para toda a vida, dentro e fora da escola.
Segundo Yunes, a formação de leitores contará com atividades que contemplem as linhas que tecem a leitura, que são:
- Memória: o ato de ler,quando pede a atitude responsiva do leitor, suscita suas memórias, que guardam seus sonhos, suas opiniões, sua visão de mundo. O ato de ler convoca o leitor ao ato de pensar:
- Intersubjetividade: o ato de leitura é interação não apenas do leitor com o texto, mas com as vozes presentes nos textos, marcas que os falantes fazem da língua, discursos que atravessam os textos leitores.
- Interpretação: a leitura não acontece no vazio. O encontro de subjetividade e memórias resulta na interpretação. As perguntas de interpretação de textos que tradicionalmente dirigimos aos alunos buscam desvendar um possível mistério do texto e esquecem-se do mistério do leitor.
- Fruicão: o ato de ler não se esgota ao final da leitura e das sensações. A leitura permanece. E nisso o prazer que ela proporciona difere do prazer que se esgota rapidamente.
- Intertextualidade: o ato de ler envolve resposta a muitos textos, em diferentes linguagens, que antes do ato de leitura permeiam o mundo e criam uma rede de referencias e recriações: palavras, sons, cores, imagens, versos, ritmos, títulos, gestos, vozes, etc. No ato de ler, a memória recupera a intertextualidade. (YUNES, 1995, p. 194)

De acordo com a definição acima, um texto não pode ser compreendido como algo pronto e acabado, pelo contrário, deve ser entendido como uma estrutura em acabamento, com lacunas, e que necessita que alguém o complete e atribua um caráter significativo.
Para Kleiman (1998, p. 61), “O ensino da leitura é um empreendimento de risco se não estiver fundamentado numa concepção teórica firme sobre os aspectos cognitivos envolvidos na compreensão de texto. Tal ensino pode facilmente desembocar na exigência de mera reprodução das vozes de outros leitores, mais experiente ou mais poderoso do que o aluno.”
De acordo com a autora acima mencionada, se o trabalho com a leitura na sala de aula não tiver embasado em uma concepção bem definida de leitura, ou seja, se o professor e a escola não tiverem teoria suficiente e objetiva bem definida acerca do que pretende através desse trabalho, o mesmo corre o risco de não se configurar em si, e também pode tomar outros rumos, distanciando-se do que se pretende que é utilizar a leitura para formar cidadãos cada vez mais críticos e reflexivos.
Ler compreensivamente é utilizar uma prática que precisa ganhar cada vez mais espaço nas escolas e fora dela, pois é através desse ato que o indivíduo compreende o mundo e a sua maneira de nele atuar como cidadão, sensibilizado dos seus direitos e deveres. A leitura está presente, nas mais variadas situações da vida do ser humano e cada vez mais se faz necessário explorá-la em sala de aula, utilizando mecanismos que desperte o senso crítico no aluno e deixe de ser encarado com atividade sem significado para o aprendizado dos alunos.
A leitura não deve ser encarada nem pelo professor nem pelo aluno como uma obrigação, e sim como uma atividade prazerosa. Para tanto, o professor deve demonstrar paixão pela mesma e apresentá-la como fundamental para a formação intelectual dos educandos.
Segundo Kleiman:

“O leitor proficiente faz escolhas baseando-se em predições quanto ao conteúdo do livro. Essas predições estão apoiadas no conhecimento prévio, tanto sobre o assunto (conhecimento enciclopédico), como sobre o autor, a época da obra (conhecimento social, cultural, programático) o gênero (conhecimento textual). Daí ser necessário que todo programa de leitura permita ao aluno entrar em contato com um universo textual amplo e diversificado”. (KLEIMAN, 1998, P.51

Assim, é essencial para o sucesso com o trabalho da leitura em sala de aula, a utilização de um universo textual amplo e diversificado, para que o aluno possa adquirir autonomia e escolher o tipo de texto que mais se encaixa com o seu gosto ou com suas necessidades. Por isso, é importante proporcionar para os alunos situações diversificadas, nas quais a leitura esteja em foco, pois se aprende ler lendo e a interpretar o que leu interpretando. No entanto, para se formar um leitor crítico o mais coerente é propor para o estudante leitura crítica. As estratégias de leitura envolvem vários tipos de conhecimento e várias habilidades do leitor ao manusear o texto. Segundo Kleiman:
“quando falamos de leitura, estamos falando de operações regulares para abordar o texto. Essas estratégias podem ser inferidas a partir da compreensão do texto, que por sua vez é inferida a partir do comportamento verbal e não verbal do leitor, isto é, do tipo de respostas que ele dá a perguntas sobre o texto, dos resumos que ele faz, de suas paráfrases, como também da maneira como ele manipula o objeto: se sublinha, se apenas folheia sem se deter em parte alguma, se passa os olhos rapidamente e espera a próxima atividade começar, se relê.” (KLEIMAN, 1998, p.49).

Para o trabalho com a leitura, é importante que se utilize estratégias, as quais oportunizem aos alunos adquirirem certa familiaridade para abordar o texto, adquirindo intimidade com o texto escrito e criando maneiras próprias e confortáveis de entrar em contato com a leitura e compreender o que leu. A autora mencionada acima afirma que as estratégias de leitura são importantes para o leitor apropriar-se do texto. No entanto, não são suficientes para garantir que o trabalho com a leitura na sala de aula se concretize se fazendo necessário um planejamento cuidadoso e principalmente coerente com a realidade do aluno.
A leitura precisa-se fazer presente na vida dos estudantes, não como algo paralelo do seu ensino-aprendizagem, mas como alguma coisa essencial para o desenvolvimento cognitivo dos estudantes e principalmente dentro de um contexto real de leitura e análise de textos, para que o ato de ler possa passar a fazer sentido para os educandos.
O texto se modifica a cada leitura que se realiza, porque o leitor coloca nele suas experiências, seus conhecimentos, aspectos de sua cultura, sua visão de mundo e também a sua opinião a respeito do tema que nele está exposto. Por isso trabalhar com a leitura em sala de aula precisa que se crie situações com as quais os alunos possam ler os textos, não só uma, mas várias vezes, para perceber que seu conteúdo é uma fonte inesgotável de informação e de criação de novos conceitos.
Um ambiente propício para desenvolver a leitura na escola, favorece as atividades pedagógicas que visam à formação de leitores, mas se a instituição não dispuser deste espaço, não é motivo para não realizar um trabalho voltado para o incentivo ao hábito de ler, pois mais significativo do que o local é o trabalho e/ou as atividades que se materializam para seduzir os alunos para o hábito da leitura crítica.
      Portanto, o objetivo do ensino deve ser o de aprimorar a competência e melhorar o desempenho lingüístico do aluno, tenda em vista a integração e a mobilidade social do indivíduo, além de colocar o ensino numa perspectiva produtiva.


SOLANGE ABREU V. DE MELO